GUAPURUVU - Árvore

O Guapuruvu (Schizolobium parayba) também conhecido como Ficheira é uma árvore de crescimento rápido que pode atingir de 8 a 10 metros em 2 anos, chegando até 30 metros de altura, com troncos de 80 cm de diâmetro.


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Ocorre dos Estados de Santa Catarina até a Bahia, pela floresta pluvial da encosta da mata atlântica.
Sendo árvore pioneira é indicada para reflorestamento de áreas degradadas.



Sua madeira é leve, com densidade de 0,32 g/cm³, sendo utilizada pelos caiçaras para fazer canoas.



O fato preocupante é que centenas destas árvores estão morrendo na região costeira do Vale do Parayba, principalmente nas cidades de S. Sebastião e Ilha Bela.
O perigo atingiu até a rodovia Rio - Santos com quedas de enormes troncos na estrada.


Pesquisadores ambientais afirmam que o fato vem ocorrendo a 3 anos sendo a causa desconhecida.
Há a suspeita de um inseto xilófago (alimenta-se de celulose), sendo uma cóleo-broca (coleóptero - besouro) que está inoculando um fungo virulento, talvez vindo pelo litoral, que seca a árvore

Maciço da Mata Atlântica em São Sebastião, na altura da praia da Enseada, salpicado de guapuruvus secos e mortos. A árvore típica deste bioma está morrendo em massa na região. Pesquisadores ainda não sabem bem o motivo, mas suspeitam da ação de um fungo.
(Jornal O Estadão de maio / 14)


Em Campinas / SP, no Bosque dos Jequitás (área central da cidade) encontramos alguns Guapuruvus secos ou em processo. Em 3 deles já secos encontramos o cupim subterrâneo asiático.



 

Cupim C. gestrói (havilandi) - no Bosque dos Jequitibás


Tendo sua madeira baixa densidade, o Guapuruvu atrai o cupim subterrâneo devido a sua digestibilidade, podendo não ser a causa da morte, mas uma infestação secundária.



Deve ser definido um perímetro do Bosque para monitoramento com Ecobaits




Cupins subterrâneos no toco do Guapuruvu



A madeira do do Guapuruvu morto é um excelente atrativo de cupins subterrâneos para iscas, (Ecobait solo cupins).
No caso do estudo da presença de coleobrocas pode-se usar um outro tipo de Ecobait, a  aérea para brocas.

Ecobait de solo para cupins subterrâneo



Ecobait aérea para coleobrocas (besouro - alado)

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Epizootia

Do grego clássico, epi = sobre + zoon = animal, é o conceito utilizado em veterinária e ecologia das populações para qualificar uma enfermidade contagiosa que ataca um número inusitado de animais ao mesmo tempo e na mesma região e que se propaga com rapidez.
O seu conceito equivalente em medicina é epidemia e em agronomia é epifitia.




Os fungos parasitas do gênero Cordyceps  promovem muitas vezes o aniquilamento de insetos e dependendo da espécie pode contaminar uma grande quantidade de indivíduos de uma colônia de insetos sociais, assim como as formigas por exemplo.


Do ponto de vista ecológico, o uso de inseticidas biológicos parece ser uma alternativa interessante desde que bem utilizados e respeitada a sua virulência.


O esporo (conídeo) do fungo penetra no interior do inseto e depois se desenvolve causando sua morte.
A dispersão aérea dos conídeos de Cordyceps pode contaminar vários insetos, embora sejam espécie específicos.


Na organização corporal dos fungos multicelulares encontramos filamentos microscópicos ramificados, denominados de HIFAS.
A parede das Hifas é constituída basicamente pelo polissacarídeo QUITINA.
Curiosamente, esta QUITINA está presente no reino animal, constituindo o esqueletos dos artrópodes (insetos por exemplo).


A quitina e a celulose tem estruturas químicas semelhantes, a principal diferença é que a quitina tem o elemento Nitrogênio em sua composição. 
As propriedades de ambos também são parecidas, sendo resistentes, flexíveis e insolúveis em água.

A Celulose é a matéria prima da madeira das árvores e sua molécula sendo rica em Glicose torna-se uma fonte de alimento altamente energético para insetos xilófagos, como os cupins.

Os cupins sendo insetos possuem  exo-esqueleto constituído de Quitina que também é um elemento necessário para a formação das Hifas dos Fungos.

Os cupins parasitam as árvores e os fungos entomopatogênicos parasitam os cupins.

Do esporo - conídeo, brota a Hifa.
Conídeos no exoesqueleto de um inseto.
Conídeo brotando a hifa e penetrando no exoesqueleto do inseto.

Esquema da penetração da hifa no corpo do inseto